Meu poema representa quase um atavismo
uma dificuldade inata no ato de crescer
uma patologia incurável no meu psiquismo
meu poema se parece com um alegre perecer.
Um alegre instante breve, que se sabe limitado
canhestro e tosco, se exibindo ao poente
respirando no papel, pela palavra consumado
Sendo o que pode ser, se apagando sorridente.
Meu poema é a flor, na beira da estrada
que sorri enquanto queima, sem ser percebida
veio ao mundo para gozar sua temporada
E se acaso o colheres para enfeitar o seu amor
Isso nada aumentaria no valor de sua vida
Ele incendiaria satisfeito, como inútil flor