terça-feira, julho 15, 2008

O anzol e o sonho.

Elas esperam por voçê...
E o anzol parado reluzindo na sombra
de nossas noites errantes
de vagabundagem e solidão.
Uma cama quentinha,
comida decente,
e com sorte
algumas belas e regulares trepadas
sem camisinha.
Na chama dos ciúmes partilhados
e na guerra inevitavel de ser gente.
Um Deus cativo no altar do afeto.
Sem nenhum espaço
para SER SOZINHO.
Ou então...
Uma pustula etlíca se arrastando nas esquinas da miséria.
Elas esperam por voçê.
Para dar sentido ao movimento equivocado
da vida dividida,
sugar-lhe a seiva a pretexto de cuidado,
secar-lhe o brio a pretexto de virtude
fazendo de voçê um cidadão decente.
Dividido em vidas paralelas para não abraçar espinhos.
Elas esperam por voçê.
E voçê espera pela exceção.

Um comentário:

jorginho da hora disse...

Acredito que ninguem deixará de ser refém de seus proprios relacionamentos enquanto não perder o medo de ficar sozinho. O sentimento de desamparo é comum a todo mundo; entretanto, para alguns essa dor é mais suportável que para outros.

Um abraço!