quinta-feira, agosto 07, 2008

Finitude.

Como um náufrago me encontro diante dos teus olhos
E dos teus desejos.
Quase sem recursos, sem palavras luminosas e sem a fúria necessária
Para ser acreditado.
As nuvens não respondem, elas apenas carregam a água e os trovões
E o sol não nos ajuda, ele apenas traz a sede e a consciência de nossa caminhada
Por isso estou diante de teus olhos sem palavras e sem gestos
Sem querer subtrair uma vírgula ao texto inacabado
Nem erguer-me mais que o indispensável para conseguir sobreviver.
Meu bem, estou diante dos teus olhos.
Será que voçê pode suportar e sustentar-se
Sem reduzir nem macular
O copo de café e a sentença que define
O beijo de amor e a ferida que nos acompanha?
Ah querida, silencia enquanto o tempo escorre
Pelas nossas rugas e pelos nossos devaneios
Silenciosas confissões de nossa finitude.

3 comentários:

Anônimo disse...

Palavras... e sonhos
Palabras... e imagens
Palavras... e dor
Palavras... e alguma saída?
Frases... e um salto inacabado
Gritos... chegamos, enfim, a exprimir?
O mundo e o nosso hábito de expulgar e enterrar e rezar depois. O que seria o incomodo se não fosse palavra?
Mesmo assim continuamos... e o que tem a ver a arte com isso?


obs: muito bem escrita, amigo. Um abraço,
Rafael

Denise Borges disse...

...o sujeito e a consciência da finitude..situação limite?

Muito bom!!!

Denise Borges disse...
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