domingo, junho 13, 2010

Apresentação de si

Só quem viveu a regra das ruas com a asa manchada
Conhece o peso
De noites sem fim.
Sem tempo para perder com detalhes
Sem energia bastante para se ocupar com a fama
A fome, a fúria e o olhar do carrasco
A velhice e a putrefação dos destroços
No seu encalço
Constante.
É nesse instante que você percebe
Que não importa o que faça
Uma marca invisível lhe foi pregada na testa.
E no fim tudo lhe parecerá inútil
E tolo.
A tristeza vai estar lá
A solidão vai estar lá
A vergonha e a ferrugem de seu
Brio vão estar lá
Como golpes,
A cada segundo exausto de ti
A cada aflição sem nome e calada.

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