Palavras acidentais, produzidas em gesto espontâneo para desaparecer em seguida no turbilhão do nada.
quarta-feira, fevereiro 23, 2011
domingo, fevereiro 20, 2011
Matemática
quinta-feira, fevereiro 03, 2011
Familia
Viver um dia por vez, eles dizem pra mim,
Enquanto as laranjas caindo não são percebidas
e apenas um ou dois gestos evitam o pior.
No quintal solitário de um sitio sem sonhos
Na vida infantil de um menino sem pai
Nos ultimos dias de um velho sem
chance.
Nada a pedir, quando ninguém é culpado,
Nem a lamentar quando a morte decide
E no entanto essa cratera calada supura
Todos os dias sem redenção
nem remédio.
Pegue as roupas, se puder levantar-se,
Siga em frente sem tantos lamentos
Porque depois de você outros irão pela estrada.
Outras faces marcadas tentando aprender a sorrir.
São essas as coisas que giram , são essas as arvóres
De onde despencam o meu pessimismo,
Como despencaram meus irmãos pela ribanceira
Do acaso
E até hoje caem sem se dar conta disso.
Nenhum almoço tranquilo para nivelar os dilemas,
Nada parecido com a ligação das pessoas
Apenas memórias sem calendário, nomes sem importância,
Sem noite feliz, maternidade, namoro escondido, bolas de sabão
Beijo de boa noite e todas as coisas agora tão tolas
Que deixariam de ser para alguém que não é.
Ficou esse estar, aos 37, pagando as contas e tentando
seguir
E a morte sentada na cabeceira da mesa
a sorrir.