costumo colher auroras
enquanto embriagados de si mesmos
os outros dormem.
aparo as arestas da alegria e rego
minhas feridas para a colheita do sonho.
eu e voçê, meu bem, podemos ver a onda
gigante quebrar por sobre a cabeça da cidade serenos e em paz
apesar da larva da aflição por traz dos nossos olhos
cobertos pela cinza.
eu não sei de voçê...mais vou continuar.
contrariando as hipoteses e a prudencia,
amando mais que a medida do bom senso,
com as raizes fincadas na minha finitude
e a morte do meu lado me lembrando que o tempo é curto.
que os imortais e cegos façam diferente...
quero me embriagar de vida...
me dando a cada gesto e cada ato
como o vento se desdobra sobre os dedos do infinito.