A muito tempo que certas questões deixaram de ter qualquer relevância para mim. A existência ou não de Deus é uma delas, o pensamento como algo desvinculado das nossas inclinações e demandas pessoais é outra. Talvez outras vidas tenham outras coisas a fazer com a existncia de Deus ou com a nessecidade muito humana de uma verdade, mas a minha vida é a única sobre a qual me sinto autorizado a dizer algo. Isso me faz lembrar de ítalo calvino e o seu "cavaleiro inexistente" Alguns precisam da certeza abstrata pois a própria substância concreta é vaga, eles temem perder-se. Outros tem tanta substância concreta que não tem consciência alguma da própria existência abstrata, e rolam soltos no meio das coisas sem conseguir delas apropriar-se. De qualquer maneira essa divisão, como a maioria dos meus pensamentos, é quase arbitraria. A minha vida e o meu caminho se impõem, e se eu desejaria ver as pessoas assumirem um meio termo entre as "taras" do pensamento e os "dogmatismos" da ignorância, isso também tem suas raizes no meu próprio percurso egoista. No entanto gosto de me perguntar: poderia ser diferente?
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