quinta-feira, junho 18, 2009

Nosso amor é uma pequena ponta mesquinha
de horror.
Nossos afetos são os arames que cercam a planice
irregular do futuro.
Precisamos fazer algo a respeito das nuvens,
a urgência de uma ação corretiva grita nas alamedas
da aurora,
e os manifestos da rotina estão inscritos em nossos pulmões
abstratos.
Mas não existem coisas abstratas!
Não existem nuvens!
Não existem manifestos e a rotina não se inscreve em nada,
apenas no temor diário que nos mantém prisioneiros.
Pois não sabemos olhar nos olhos do incerto,
e devastamos nossas asas com fuligem, suspeita e controle.
Para no final de tudo seguirmos vazios,
nos agarrando a fumaça
com a marca das garras tatuada no peito
de outros tantos limites .

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