Se o amor é um impulso cego,
É melhor condenar-se ao inverno.
Se não nos orgulhamos do leito,
Estaremos envenenando a fonte
Onde buscamos água e descanso.
É preciso defender-se contra os covardes,
Contra a palavra dos velhos, a fofoca das mães
E o medo daqueles que ficam.
Para que o amor coexista
com a impermanência das coisas finitas
e colhamos os malmequeres do agora
com a canção do sim entre os lábios.
Pois se o amor é uma corrente que arrasta,
Estamos dormindo sobre um precipício,
Fazendo da dor um vício,
Por negarmo-nos a refazer nosso sonho.
O leito e o sonho não podem coesistir
E o combate entre os dois torna o
Horizonte bizarro.
Se o amor não admite razões então é melhor não amar,
E poupar para outros espaços a força de nossa energia
Alada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário