Desci até a praia fumando meu cigarro
óbvio
para colher auroras claras na linha do oceano
e arrancar teu rosto lindo dos rascunhos de meu sonho atormentado.
Todas as manhãs estraçalhadas,
todos os poemas nunca escritos
porque você não estava lá.
essa massa amorfa da vontade
esse grito sem linguagem repercutindo
na caixa ôca do meu peito cinza.
Ea multidão de rostos rindo como uma tempestade
de desdém.
sombra de caminho desenhado no deserto
e seu rosto sem perfil;
obssesão constante do meu sonhar sedento .
se eu tivesse a garra furiosa do agora
e a crueldade densa para te formar dos rebotalhos
da minha tragedia
te esculpindo em qualquer corpo.
te arrancando da verdade de outra pessoa
mas o desejo escorre entre meus dedos
e recolho meus projetos de alegria imensa
ao seu lado
minha querida inexistente.
pois falta-me a furia e a palavra
pois cada lance de ação é um aborto de projetos.
e todas as sementes nascem secas nos ramos tenros da
ocasião.
e ficas lá...
Na minha inconsciêcia dançando linda
na minha praia que anoitece
sempre mais vazia.
sem perfil, sem nome, sem história,
metafora perfeita da minha deserção.
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