sexta-feira, julho 31, 2009

Carta ao amor faminto.

Hoje eu acordei insano meu amor,
com uma palavra faminta nos meus lábios
e com o sangue tingindo meus olhos de pardal
atormentado.
Será que você não percebeu, meu amor?
Será que não mapeou as mudanças
nem recolheu aquelas impressões obscenas
que rangiam os dentes na tempestade?
Eu envei para ti meus arautos
eu lhe arrebanhei um milhão de palavras
e refiz quase minha própria dor
para apenas iniciar-me nos teus mandamentos.
E eu nem tinha segredos...
E eu nem possuia uma casa...
Meu coração era um filho da sombra
sem era, sem laço e sem lar.
E no entanto tu não vieste...
No entanto não me acenaste...
Me deixaste com a taça em pranto
e a semente do futuro defunta.
Meu amor o que fazer desse laço sem curvatura?
O que eu diria ao carcereiro de me faltar o teu colo?
Como racionalizar com a loucura
quando a erva do sonho falece sem agua, sem luz
e sem solo?

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