sexta-feira, julho 10, 2009

O combate das flores

Eu disse para ela: preciso de você. Seu corpo tinha gestos que não consigo traduzir, e eu estava faminto por alguma coisa que ela trazia no olhar. Seu cabelo era brilhante, seus olhos eram misteriosos, seu signo de fogo, sua boca a perdição e a loucura. Seria um encontro contingente,
mais uma frase impressa no texto inacabado de nossas breves vidas. Subimos a escada, abri a porta...Ela estava um pouco tímida. Na rádio do quarto Sexual Healing espalhava ondas de orgone combativo pelo ar. Tomei um banho e deitei-me esperando ela vir preparada para mim, e ela veio. veio sedenta e sorrindo, Vita Brevis, e não era só um corpo. Era substância sensivel, experimentação do agora que tentava evadir-se de si mesma se fundindo com o meu desejo. Ela era o olhar, o gesto, a confirmação e um painel infinito de possibilidades e caminhos. A envolvi com o pulsar de minha musculatura tensa apertando-a, todavia com ternura. Ela me beijou desesperada um beijo amplo, quente e molhado, como a busca pelo ar que caracteriza os afogados. Depois foi a entrega louca, a cópula sensivel, a luta suave de penetração e resitência. Sem plateia, sem pretensão, apenas dois mortais desfrutando e consumindo o tempo que lhes foi dado. Seu seio, suas costas, o arfar irregular se ampliando e retraindo, a progressão lenta do deleite violento em que eu me perdi e ela se perdeu de todas as amarras, de todos os limites, até a explosão selvagem do grito de alegria calado em nossso corações. Um único extâse gozozo. Um único grito arremessado de nossas gargantas de encontro a eternidade. E o jorro quente. E os espasmos incontrolaveis de uma alma que descobriu sua verdade. Descanso e rendição. A porta se abrirá. E os rios nunca mais irão convergir para o mesmo oceano.

Um comentário:

Tay disse...

Amei!rs..beijos