segunda-feira, março 29, 2010

Tardes e distâncias

Quando a tarde é muito longa
E que lhe chega é opaco,
Quando as vozes são foices ou quando
As pessoas lhe parecem amontoados de acasos
errados.
Quando não lhe basta estar
Quando nada lhe recobre as nervuras
Quando a brisa fere tanto que gostarias de estar
degredado.
O domingo desfeito dos laços, a mão do encanto
Arrancada
O beijo gelado das horas em que precisarias
De algo
mais forte.
Uma dose mais forte,
Uma vida intensa,
Uma loucura qualquer diluída nas notas
De um blues arrasado.
Você sabe que está cada dia mais velho
e com certeza
ficou preso em alguma armadilha
invisível
que não vai perceber
até o terror exibir-se
para reinvindicar
sua alma.

Quando a tarde é um manto,
Quando o amor é um risco,
Quando tudo que se tem é a sorte,
a pura substância de força
cultivada nas horas de insânia,
a partir do abismo que te foi dado
por leito.
Quando já não tens mais desculpas,
Estás pasmo imóvel e infâme
Esperando auroras
Impossíveis para ti.

5 comentários:

Rafael Medeiros disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Rafael Medeiros disse...
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Rafael Medeiros disse...
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Rafael Medeiros disse...
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Rafael Medeiros disse...
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