terça-feira, agosto 10, 2010

Distância e sentido

Amo os teus olhos diluídos

Em um mar vermelho

onde deságuam enxames.

Teus gestos de vestal sem templo ou castidade

Sua pouca inclinação para o sagrado

e sério.

Amo tua mania de inquietações, teu hábito de entrega

Furiosa,

Os segredos gritantes do teu medo

Onde sacio a minha fome de igualdades.

Dessa maneira eu permaneço em mim quando me procuras

Me esquivando com verdades e me oferecendo em silêncios

Onde somos dois irmãos malditos

Permanecidos na lembrança de tardes de partilha

Ocultos na vestimenta dos segredos improváveis

Porque deveria haver sentido nesse mundo,

Porque esse mundo deveria fazer algum sentido.

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