sábado, julho 23, 2011

Alea Jacta Est.

O que ainda não foi dito sobre

A tristeza?

Que ela tem a face de anjo?

Que bebe da seiva do que poderia ser

Uma chance?

Esparramada pelas paredes se estende como

Um manto verde de limo

Onde leio a palavra:

Acabou.

Meus dedos cansados não correm

Velozes a traçar sobre o papel

Minha vida

Minha mente aturdida não acompanha

O raciocínio do sábio,

Meu coração orgulhoso não se acovarda

Diante do precipício.

O vinho me recebe, última dádiva

Para um condenado,

Última cartada para quem já nasceu

Sem futuro.

O que ainda não foi dito sobre a dor?

Que ela é uma foice sem brilho?

Que podemos abraçá-la e morrer?

Escoando pelos cantos de mim

A seiva do amor me abandona

Minha crença no mundo apodrece

Sinto vergonha de dar esmolas

E não espero mais nada de meus irmãos.

Um cachorro sem uma das patas é a lição

Que eu quero.

Um bebezinho mutilado é a resposta precisa

Para que possamos despir-nos da esperança,

Da meta e do propósito,

E simplesmete beber nosso vinho em silêncio

Enquanto tudo permanece cruel

E sem som

Assim seja.

Um comentário:

Priscila disse...

Retribuindo a visita à minha casinha... Passarei mais vezes! Trarei bolo e café.