quarta-feira, dezembro 14, 2011

‎1º valsa para um decapitado.



Um painel precisa ser pintado
De vermelho
Para que as suas flores possam
Repousar
Não é minha querida?

Por tudo isso sou culpado,
Por tudo aquilo que não sei,
Por tudo aquilo que não fiz
Por toda coisa estranha, por todo arranjo torto
Contraído,
por toda inadequação ao sonho
pela minha insistência em querer que tudo
seja leve.

Agora vais amar, reflorescer, vivificar...
Meu amor dilacerado irá se abrigar
Nas catacumbas e meu carinho órfão
Se embebedará de fel
Como uma mariposa que se incinera
Em luto
Como um decapitado que ainda canta
Sua canção.

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