domingo, dezembro 11, 2011

Paixão existencial

Como definir meu Eu

Em sua estrutura não contextual

Em seu onírico desdobrar-se em fatos

Nos pensamentos que se sucedem

Sem ter fim.

Nas escolhas que se impuseram

Mas que fiz

Abertura imponderável para uma passagem

Cega

Cegueira opaca onde cintilam esferas

Escolhas cegas que me trouxeram

Até aqui.

Como definir meu EU

Essa trama de acasos submetidos aos consensos

Essas intuições silenciosas que apreendes por palavras

Essa paixão insana que me divide entre duas

Exigências

Essa pergunta louca que se responde a si mesma...

Como poderá essa escassez abrigar-te no amplexo?

Pois não admito um EU reduzido às circunstâncias

Exilado do sentido que espalhas com seus gestos

Perdido do amor que encontro nos seus lábios.

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