sexta-feira, maio 01, 2009

Dois lados.

OS vencedores tem músculos de bronze
Reluzindo ao sol poente
Com um Deus elevando-se sobre seus passos
Radiante brancura e zombante sorriso
Até a meta final.

Vencedores tem um nome a zelar,
Precisam de lindas mulheres para ostentar
Em vitrinas
ou de carros brilhantes para consumar
seu orgasmo.
Vencedores possuem, agarram, rasgam, batem o pé
Telefonam para o tio da policia,
Ou para o paizão empresário,
Estão nos sonhos de suas mães
Na contracapa da vida contada em salões
Míticos de devastadores boatos.
Vencedores vivem em um palco do filme que foi
Feito para eles.
Vencedores comparam-se, medem-se, maldizem a expressão menor
E só aceitam o sucesso.
Vencedores se não envelhecem cercados por mulheres gananciosas
Enfiam uma bala na cabeça como recurso final
De impotência.

Fracassados se olham com olhos de opera
Contam canções de lirismo quando desce a cortina
Amam como quem recebe uma esmola
e aceitam a migalha que lhes
Cai sobre os pés em confirmação ao pressagio.
Fracassados geralmente encontram na virtude um argumento
E na história uma desculpa.
Fracassados são incapazes de elaborar uma dança,
O NÃO está em seus lábios e seus olhares são a pretensão
Que se esquiva
Para os banheiros out-sideres onde difamam o anfitrião
Que lhes impôs um convite.
Fracassados são preguiçosos e impopulares,
Cultivam suas dores ou se escondem delas
Em bueiros de palavras confusas.
Fracassados chegam sempre ao final
Com as mãos cheias de fábulas
Fracassados geralmente acabam cedendo a alguma forma de
Igreja,
tombando como cepos dementes em poças de sangue ou
esvaindo-se em loucura e veneno enquanto consideram a nobreza.

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