Estar vivo é aceitar a sentença do instante
é ter sopro de sonhos, é imitar o imenso.
Estar vivo é aceitar que não somos os outros,
não olhar para os lados
nem atormentar os caminhos com tenebrosas canções.
Estar vivo é ter o condão de enganos, é ousar-se a transgredir
e não carregar consigo o remorso.
Estar vivo é olhar a estrada sem pensar em chegadas,
em combater sem descanso e descansar sem rancores
dar-se e tomar-se com os mesmos silêncio
pois quem muito fala
precisa convencer a si mesmo que vive.
Viver é dedicar-se ao declinio
aceitar a fração de deleite
e buscar no torpor o olvido
mas nunca deixar-se consumir
pela inveja.
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