quinta-feira, agosto 27, 2009

Bolero da suspeita.

Ontem eu dancei com uma linda aurora,
hoje eu me debruço sobre uma tormenta
escura
e por isso os céus se fecham como um punho ensandecido,
por isso as folhas se despedem com os lábios ressecados.
Ontem eu ouvi uma canção, hoje minhas camisas estão
amarrotadas
estão enlameadas por boatos, por resinas, por propósitos
suspeitos
e eu ainda não consegui me redimir perante o olho da plateia.
Pela estrada arrastei outros comigo,
foi uma tentativa vã e eu aboli as cercas
que separavam os girassois das contradições
insuperaveis.
Uma moeda para a caixa, um silêncio para o breve sucumbir
sem saudações para contornar rancores,
sem palavras para confirmar presságios.

2 comentários:

Figueredo Dias disse...

Um olhar
e o toque tímido,
um encontro e a paixão
que arrebata,
a vida pulsa, um êxtase!
A entrega é muda,
e tudo o mais um grande sonho.

Anônimo disse...

É verdade mas um tanto dificilcrer como a vida permite que instantes agradáveis sejam seguidos por momentos de amargura