segunda-feira, agosto 09, 2010

Alegro ma...

Procuro por um Sutra que cale meus tombos

Uma estrutura mais branda,

E a remissão do meu tédio.

Procuro por uma sonata de luz, um breve intervalo

Sutil

Onde possa sentar-me comigo e aceitar essa rigidez

Que me cerca.

Procuro um Alegro ma non Tropo

Um beijo sem memórias e um gesto sem condenações

Sem a tensão dos seus braços, sem a distração do meu jeito

Sem o tudo que tem sido nós dois.

Procuro, já não cabe fingir, o mesmo de sempre

O ponto cego para sentir-me estável

Olhar na face do medo

E beber plenamente

a minha taça de tempo.

Um comentário:

Aline Carvalho disse...

Compartilho desse sentimento de achar o ponto cego que me dará segurança, mas ainda estou cega para enxergar o que ninguém achou...
me sinto assim numa procura que se põe com o sol, e me visita em sonhos algumas vezes, e toda manhã me acorda logo cedo com um bafejo de levanta! tá na hora.