domingo, dezembro 27, 2009

Temo as satisfação das massas

Temo a satisfação das massas

E temo a alegria daquela ou daquele

Que tem em mim uma pilula para sua aflição.

Vejo a direção e a contradição e vejo

Semáforos no nada controlando direção alguma.

Temo as horas de felicidade em barulhenta comunhão...

Cerveja ou prece.

Temo mais que a minha morte o meu engano, a palavra que me escapa

O entendimento que não tenho, a conta que não poderei pagar, o lugar onde não estarei,

A voz emudecida e o gesto automático sentenciado por um tribunal de mães.

Temo as convenções cristalizadas,

temo o olho cego do esquartejado e a mão certeira do faminto

temo o contato e a ausência do contato, temo a minha definição, o fim do espaço

arbitrário onde me tenho inventado em 36 anos de caminhada no deserto

e até agora consegui me esquivar.

Até agora persisti faminto

Até agora nada de parada e regojizo

Até agora o combate camarada e poucas palavras com poucas pessoas de verdade.

Mas o cerco se fecha e nós sabemos que ninguém escapa

Por isso tudo eu temo o dar as mãos

Pois de tudo em tudo persito apenas do imcompleto

Como cinza, como sonho, como ponteiros apressados, filho deserdado e como anjo duvidoso que não se pode possuir.

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