Temo a satisfação das massas
E temo a alegria daquela ou daquele
Que tem em mim uma pilula para sua aflição.
Vejo a direção e a contradição e vejo
Semáforos no nada controlando direção alguma.
Temo as horas de felicidade em barulhenta comunhão...
Cerveja ou prece.
Temo mais que a minha morte o meu engano, a palavra que me escapa
O entendimento que não tenho, a conta que não poderei pagar, o lugar onde não estarei,
A voz emudecida e o gesto automático sentenciado por um tribunal de mães.
Temo as convenções cristalizadas,
temo o olho cego do esquartejado e a mão certeira do faminto
temo o contato e a ausência do contato, temo a minha definição, o fim do espaço
arbitrário onde me tenho inventado em 36 anos de caminhada no deserto
e até agora consegui me esquivar.
Até agora persisti faminto
Até agora nada de parada e regojizo
Até agora o combate camarada e poucas palavras com poucas pessoas de verdade.
Mas o cerco se fecha e nós sabemos que ninguém escapa
Por isso tudo eu temo o dar as mãos
Pois de tudo em tudo persito apenas do imcompleto
Como cinza, como sonho, como ponteiros apressados, filho deserdado e como anjo duvidoso que não se pode possuir.
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