Com um suave cumprimento
eu me despeço do dia.
Me despeço das rosas
e dos punhais escondidos.
Eu espero uma manhã de horror
em que acordarei sem pescoço,
com asas de inseto,
um uniforme escuro e um lugar
entre os mortos.
Todas as noites eu me nutro de lama
engordo com um repasto de sombras
enquanto defendo o que me resta
do inferno, o que me falta do mêdo,
o que sobra em mim de poesia...
Da poesia que aprendi pelas ruas,
dos salmos que decorei trabalhando,
dessa coisa forte e selvagem
que não vai entregar os pontos
tão fácil.
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