sexta-feira, setembro 03, 2010

Rio

Ela agora encontra-se em algum ponto

Entre o verbo caído e a sentença sem chão

Entre o contexto inscrito nos medos

Entre o oceano a o infinito do céu.

Eu penso nela que nem face possui,

Não tem ancas ou mechas mais inebria

O que penso,

como um tormento de sentimentos sedosos

com dedos de lindo futuro.

Ela agora tem meus sonhos sem forma

Sem memória ou zelo,

Telas cobertas de olvido

onde se desdobra pra mim.

Transita, equaciona e se divide

Em rostos, palavras, temores,

Questões inacabadas

e uma dor de ser eu.

Uma folha de prata refletida

Na língua fina do rio

Onde deslizas

Em outra direção.

Um comentário:

Aline Carvalho disse...

Você me faz ver as cenas que compõem suas palavras.
muito lindo, chega faz cocegas em meu rosto.
você pinta quadros belíssimos com palavras simples.