sábado, dezembro 04, 2010

Pessoas

Pessoas despedaçam,
Pessoas não se esquecem,
Coroas de palavras adornam as avenidas
Por onde desfila a dor.
Pessoas caminhando,
Contemplado outras pessoas,
Gritando enlouquecidas por migalhas
De atenção.
Pessoas não partilham,
Com os punhos entrevados se combatem
Lançando em direção ao torvelinho a pura polpa
De um SI faminto.
Pessoas não desfazem, não retornam, não refazem
Continuam a cada dia uma velha ciranda de despojos:
“elas me deixariam calcinado
se eu ainda possuísse um pássaro”.
Pessoas não carregam girassóis no olhar,
Não rebrilham em distração
Não conhecem a magia de uma rocha nem a
Felicidade de um antigo tronco simples.
Coletânea de repetições leiloadas por leprosos cegos,
Armário das angustias
Caminho triste que trafego.

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