Porque nos surpreendemos ainda diante da desgraça? Não estamos todo o tempo expostos a sua intervenção? EU estava em casa me preparando para ir trabalhar quando minha ex-mulher ligou. O diagnóstico da Agni, minha filha, havia chegado e não era dos melhores. O risco de uma parada cardiaca era iminente. Uma nova carta tinha sido posta a mesa e mais uma vez a roda era colocada em movimento por motivos que eu desconhecia. Uma nova frente de batalha da vida, da esperança, contra a morte e o desespero. Uma batalha às cegas e sem saber quais eram as chances de sair vencedor. Quem tira proveito disso tudo? Em que consiste exatamente (e não me venham com metáforas piedosas para manter as vossas ilusões) essa trajetória de sangue, de suor e de loucura? Só me resta sustentar o combate sem perder de vista os motivos pelos quais eu luto e o momento certo para entregar os pontos.
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