Tenho um lábio triste, uma ferida exposta ao sol
e um canto de afeto que é muito sincero.
Eu tenho uma orquídea que rosna para o horizonte
e se fecha entre quatro palavras
com as malas preparadas para ir embora.
Eu tenho um toque resguardado, uma chama escondida
e aquela sombra que não ouso encarar.
Uma familia devastada
Uma coleção de desmantelos
Um cálice de chama que ninguém pode beber
Um trevo mutilado e a sabedoria oculta dos maçons.
Eu tenho frases curtas e uma polpa de sentido que não
cabe em canções.
Eu tenho um olhar faminto que se despedirá de tudo com o espanto úmido das chuvas repentinas
como uma coleção de desacertos e acasos
impressos na carne cicatrizada de meu amor desajeitado.
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