quinta-feira, janeiro 14, 2010

Nota geral sobre o fim das trincheiras.

NA boca do infinito eu costurei um verso

Escondi uma chave , uma ponte, um porto

E meditei nos teus lábios feridos por uma palavra

Assombrada.

Meu amor era um passáro e seu corpo um vale

Uma clareira de luz e um silêncio encantado

Fundamento para o começo e posição central do amanhã

Onde a poeira dos gestos seria esmagada.

Mas haviam espaços e hiatos entre as casas

Entre o jantar dos seus pais

E meu repouso devastado na fome

Entre o mar e o golpe de sal

A minha substância confusa de soldado

Torturado

De beija flor mutilado e filho da voz

Sem o canto

Coisa sem nexo e olho perplexo que não ousa

Indicar

Uma força furiosa que segue, que fica e que mata

E cuja pureza separada do encontro da vida

Aguarda o desfecho e a sentença final para coroar

Sua vingança.

Mulher!

Você não pode tocar meus caminhos

Minhas horas perdidas de meditação sobre o nada

Minha confusa preocupação com meu nirvana

Minha dolorosa insatisfação com existir

Minha alucinada e juvenil forma de amar.

Os laços que marcaram sua carne para a vida partilhada

A tentativa de redimir-se daqueles olhares no jantar

E cancro da contradição que não posso compreender

Trincheiras nossas para compor o nosso mito

Para talvez, quem sabe, nos tocarmos sem imagens

E definharmos ambos aceitando a solidão.

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