Andamos e nos movimentamos sem nos dar conta de TS. Eliot e Krishnamurti. Vivemos nossas vidas e pagamos nossas contas desconhecendo que existiram pessoas como Castañeda e Huxley. Não nos importa a loucura de Kafka ou tormento moral de Nietzsche, o sorriso sardonico de Stirner e a poesia de Neruda, as jornadas infinitas dos monges através da Asia e o sangue derramado de Lorca pela insanidade de um Franco. Quantos de nós se importam? Quantos de nós se dão conta da morte que reduzirá a nada o tudo que consideramos? A poesia é uma faca na carne inconsistente de nossas vida razoáveis, mas essa carne foi cimentada e a própria poesia cegou seu fio. Hoje a poesia serve de coçador para as costas de pessoas preguiçosas, de púlpito para moralistas decompostos de bandeja onde se serve a cada dia uma nova cabeça de medusa.
3 comentários:
"Delicado, evitava
o estrume do poema,
seu caule, seu ovário,
suas intestinações.
Esperava as puras,
transparentes florações,
nascidas do ar, no ar,
como as brisas."
"O poema, com seus cavalos,
quer explodir
teu tempo claro; romper
seu branco fio, seu cimento
mudo e fresco.
(O descuido ficara aberto
de par em par;
um sonho passou, deixando
fiapos, logo árvores instantâneas
coagulando a preguiça."
(Trechos de "Psicologia da Composição", de João Cabral de Melo Neto.)
E Mais de João Cabral:
"Cultivar o deserto
como um pomar às avessas."
Eu me lasco para ler o Waste Land em inglês, (e outros sacrifícios homéricos), e ainda assim considero minha poesia lactente. e o meu blog mais como um laboratório onde eu cutuco a fera pra ver se pelo menos daqui a dez anos me sai poesia de verdade. Porque tal empresa? Não sem bem...
Já os que ignoram esses homens com mais culhão que todos nós juntos. Sâo uns idiotas!
PAU NELES LEON!!
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