De meu primeiro poema não restaram palavras
Ficou perdido entre os escombros
De onde escapei por um triz.
Foi escrito em papeis de pão
Entre os tremores da fome
Enquanto a comida guardada
Não era permitida pra mim.
Meu primeiro poema falava de
Amor,
tinha um aroma de relva
E a sílaba severa das coisas
Sutis.
Meu primeiro poema terminou
Com uma queda
Terminou com um choque,
Com a ruptura dos nervos
Diante das exigências do estômago.
Ninguém percebia o mal estar
Avançando,
A pestilência do afeto
E a incapacidade de seguir por completo.
Meu primeiro poema não me deixou nem
Um verso
Apenas expôs a ferida
Que iria me seguir toda vida.
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